
ARCADE: O Poder Humano
2035. Cinco anos após O Processo, Luna lidera a resistência contra a ARCA, uma autoridade global que promete proteção, mas cobra o preço da liberdade.
Sobre a História
ARCADE: O Poder Humano
Prólogo: Cinco Anos Depois
ARCADE-07, Brasil — 2035
Luna acordou com o mesmo pesadelo de sempre.
Fogo. Calor insuportável. A mão de sua mãe escorregando da sua. E então, o vazio.
Ela sentou na cama, suando, respirando pesadamente. A tela de LED na parede simulava um amanhecer — o sol nascendo sobre um campo verde que não existia mais.
Cinco anos.
Cinco anos desde O Processo. Cinco anos vivendo 200 metros abaixo da terra. Cinco anos desde que o mundo acabou.
Luna tinha treze anos quando tudo desmoronou. Agora, aos dezoito, ela mal se lembrava de como era viver sob o sol de verdade.
Mas ela se lembrava da promessa que fez à sua mãe:
"Nunca desista. Nunca."
Capítulo 1: A Nova Ordem
ARCADE-07 — Setor D, Administração
A reunião do Conselho começou às 8h em ponto.
Luna estava lá não porque quisesse, mas porque sua mãe, Maya Chen, era a Diretora Científica do ARCADE-07. E Maya insistia que Luna precisava "entender como as coisas funcionavam".
— Ordem do dia — anunciou Diretor Gomes, o homem que comandava o abrigo com mão de ferro. — Relatório de recursos.
Um homem de jaleco branco se levantou.
— Água: 87% de capacidade. Alimentos: 92%. Energia: 78%. Oxigênio: 95%.
— Excelente — Gomes disse, satisfeito. — E a superfície?
Maya se levantou.
— A temperatura está em 38°C, estável há seis meses. Radiação solar ainda 35% acima do normal, mas caindo lentamente. Estimamos que em três anos será seguro para missões prolongadas sem trajes de resfriamento.
— E a vida?
— Nenhum sinal de vida vegetal ou animal na superfície. Os oceanos estão se recuperando, mas ainda muito quentes para suportar ecossistemas complexos.
Gomes assentiu.
— Então continuamos aqui.
— Continuamos — Maya confirmou.
Luna observava tudo em silêncio. Ela odiava essas reuniões. Odiava a forma como todos falavam sobre o futuro como se fosse uma planilha de Excel.
Números. Percentuais. Estimativas.
Ninguém falava sobre as pessoas. Sobre os que morreram. Sobre os que ainda estavam morrendo lá fora.
— Há mais uma coisa — Gomes disse, com um tom mais sério. — Recebemos uma transmissão da ARCA.
O silêncio na sala ficou pesado.
ARCA.
A Autoridade Global de Recuperação Climática e Abrigo.
A organização que surgiu nos escombros do mundo antigo, prometendo coordenar os esforços de sobrevivência e reconstrução.
Mas também a organização que controlava todos os abrigos ARCADE. Todos os recursos. Todas as decisões.
— O que eles querem? — Maya perguntou, com cautela.
Gomes ligou a tela principal. O rosto de uma mulher apareceu. Ela era jovem, talvez trinta anos, com olhos frios e um sorriso que não chegava aos olhos.
— Bom dia, ARCADE-07. Meu nome é Dra. Sílvia Ramos, Coordenadora Regional da ARCA. Estou entrando em contato para informar sobre a Operação Olho de Gaia.
Luna sentiu um arrepio.
— A partir de hoje, todos os abrigos ARCADE estarão sob monitoramento integral. Câmeras em todos os setores. Rastreamento biométrico de todos os residentes. Análise comportamental em tempo real.
— Isso é vigilância total — Maya disse, levantando-se. — Vocês não têm autoridade para...
— Temos — Dra. Sílvia interrompeu, com calma. — De acordo com o Protocolo de Emergência Global, a ARCA tem autoridade total sobre todos os recursos e populações dos abrigos. Isso inclui medidas de segurança necessárias para garantir a ordem e a sobrevivência.
— Ordem? — Luna não conseguiu se conter. — Vocês querem dizer controle!
Dra. Sílvia olhou para Luna com interesse.
— E você é?
— Luna Chen. Filha de Maya Chen.
— Ah, sim. A jovem promissora. — Sílvia sorriu. — Luna, eu entendo sua preocupação. Mas pense: 100 mil pessoas em um espaço confinado. Recursos limitados. Tensões crescentes. Sem monitoramento adequado, é apenas uma questão de tempo até que o caos se instale.
— E com monitoramento, é apenas uma questão de tempo até que vocês se tornem ditadores.
Sílvia riu.
— Ditadura é uma palavra forte. Prefiro "gestão eficiente".
Gomes interveio:
— Dra. Sílvia, com todo respeito, nosso abrigo tem funcionado bem sem esse nível de vigilância. Não vejo motivo para...
— O motivo, Diretor Gomes, é que ARCADE-23 na Escandinávia teve um motim na semana passada. Trezentas pessoas mortas. O abrigo foi comprometido. E tudo porque a administração não identificou os sinais de rebelião a tempo.
Silêncio.
— A Operação Olho de Gaia não é opcional — Sílvia concluiu. — É mandatória. Vocês têm 48 horas para implementar. Boa sorte.
A tela desligou.
Luna olhou para sua mãe. Maya estava pálida.
— Isso é o começo — Luna disse, baixinho. — O começo do fim da nossa liberdade.
Capítulo 2: Resistência
ARCADE-07 — Setor A, Apartamento de Luna
Naquela noite, Luna não conseguiu dormir.
Ela ficou olhando para o teto, pensando nas palavras de Dra. Sílvia.
"Gestão eficiente."
Que tipo de gestão exigia câmeras em cada canto? Rastreamento de cada movimento? Análise de cada palavra?
Isso não era gestão.
Era prisão.
Ela pegou o tablet e começou a pesquisar sobre a ARCA.
A organização havia sido formada seis meses após O Processo, quando ficou claro que nenhum governo nacional tinha recursos ou autoridade para coordenar a sobrevivência global.
A ARCA assumiu o controle dos 57 abrigos ARCADE espalhados pelo mundo. Estabeleceu protocolos de segurança. Distribuiu recursos. Salvou milhões de vidas.
Mas também...
Luna encontrou relatórios enterrados em fóruns clandestinos:
- ARCADE-12 (Austrália): 15 pessoas "desapareceram" após protestarem contra racionamento.
- ARCADE-34 (Japão): Toda a liderança do abrigo foi substituída após "falhas administrativas".
- ARCADE-45 (Canadá): Setor inteiro foi isolado após "contaminação suspeita" — ninguém sabe o que aconteceu com os residentes.
Luna sentiu o estômago revirar.
— O que você está lendo?
Ela pulou. Maya estava na porta.
— Mãe! Você me assustou!
Maya entrou e fechou a porta.
— Luna, eu sei que você está preocupada. Eu também estou. Mas você precisa ter cuidado. A ARCA monitora tudo. Se eles perceberem que você está investigando...
— Então é verdade? Eles fazem pessoas desaparecerem?
Maya hesitou.
— Eu não sei. Mas... há rumores.
— Rumores?
— Cientistas que questionaram ordens. Administradores que tentaram resistir. Todos... transferidos. E ninguém mais ouviu falar deles.
Luna sentiu raiva crescendo no peito.
— E nós vamos simplesmente aceitar isso? Vamos deixar eles instalarem câmeras e rastreadores e transformarem nossa vida em um experimento de laboratório?
— Luna...
— NÃO! — ela gritou. — Eu não vou aceitar! Eu não sobrevivi ao fim do mundo para viver em uma prisão!
Maya abraçou a filha.
— Eu sei. Eu também não quero isso. Mas precisamos ser inteligentes. Se lutarmos abertamente, eles vão nos esmagar.
— Então lutamos nas sombras.
Maya se afastou, olhando nos olhos de Luna.
— Você está falando de resistência.
— Estou.
— Luna, isso é perigoso. Se a ARCA descobrir...
— Então vamos garantir que eles não descubram.
Capítulo 3: A Rede
ARCADE-07 — Setor C, Laboratório
Luna começou pequeno.
Primeiro, ela encontrou aliados.
Rafael, um engenheiro de 22 anos que trabalhava no Setor de Energia. Ele odiava a ARCA desde que seu irmão "desapareceu" em ARCADE-12.
Mira, uma médica de 28 anos que questionava os protocolos de saúde impostos pela ARCA. Ela suspeitava que a organização estava testando drogas experimentais nos residentes sem consentimento.
Kai, um técnico de TI de 19 anos que conseguia hackear praticamente qualquer sistema.
E Luna, a estrategista.
Eles se reuniam em um depósito abandonado no Setor E, onde as câmeras ainda não haviam sido instaladas.
— Quanto tempo temos? — Luna perguntou.
— 36 horas — Kai respondeu. — Depois disso, o sistema de vigilância estará totalmente operacional.
— Podemos desativá-lo?
— Não sem levantar suspeitas. Mas... posso criar "pontos cegos". Áreas onde as câmeras "falham" tecnicamente, mas parecem estar funcionando.
— Quanto espaço?
— Talvez 5% do abrigo. Pequenas salas, corredores secundários. Lugares que a ARCA não vai considerar prioritários.
— É suficiente — Luna disse. — Precisamos de um lugar para nos reunir, trocar informações, planejar.
— Planejar o quê? — Mira perguntou. — Luna, eu apoio a resistência, mas... qual é o objetivo? Não podemos derrubar a ARCA. Eles controlam tudo.
Luna olhou para cada um deles.
— O objetivo não é derrubar a ARCA. Ainda não. O objetivo é expor o que eles estão fazendo. Mostrar para as pessoas que a "segurança" que a ARCA promete é apenas uma desculpa para controle total.
— E como fazemos isso? — Rafael perguntou.
— Coletando evidências. Documentando abusos. E quando tivermos o suficiente... vazamos tudo.
Kai sorriu.
— Agora você está falando minha língua.
Capítulo 4: Olho de Gaia
ARCADE-07 — 48 horas depois
A Operação Olho de Gaia foi ativada às 6h da manhã.
Luna acordou com um alerta no tablet:
"ATENÇÃO: Sistema de Monitoramento Integral ativado. Todas as atividades serão registradas para sua segurança. Obrigado por cooperar com a ARCA."
Ela olhou para o canto do quarto. Uma câmera minúscula, quase invisível, estava instalada ali.
Luna sentiu o estômago revirar.
Eles estavam sendo observados. O tempo todo.
Ela saiu do apartamento e foi para o Setor C, onde trabalhava como assistente de pesquisa de sua mãe.
No caminho, percebeu as mudanças:
- Câmeras em cada corredor.
- Sensores biométricos nas portas.
- Guardas da ARCA (quando eles chegaram?) patrulhando os setores.
E pior: placas digitais mostrando "Índice de Conformidade" de cada setor.
Setor A: 94% de conformidade
Setor B: 89% de conformidade
Setor C: 97% de conformidade
O que diabos era "conformidade"?
Luna descobriu rapidamente.
Durante o almoço no refeitório, ela viu um homem sendo abordado por guardas.
— Senhor Oliveira, seu índice de conformidade caiu para 67%. Isso é inaceitável.
— Mas... eu só questionei o racionamento de água! Tenho direito de...
— Questionamentos constantes indicam comportamento desviante. Você será transferido para Setor de Reabilitação.
— REABILITAÇÃO? EU NÃO SOU LOUCO!
Os guardas o arrastaram para fora.
Luna sentiu o sangue ferver.
Naquela noite, a resistência se reuniu em um dos "pontos cegos" que Kai havia criado.
— Vocês viram o que aconteceu com Oliveira? — Mira disse, furiosa. — Eles estão prendendo pessoas por pensar diferente!
— Não é prisão — Rafael corrigiu. — É "reabilitação". Muito mais orwelliano.
— O que eles fazem no Setor de Reabilitação? — Luna perguntou.
Silêncio.
Ninguém sabia. Porque ninguém que entrava lá saía.
— Precisamos descobrir — Luna disse. — Kai, você consegue hackear os registros?
— Posso tentar. Mas o sistema da ARCA é bem protegido.
— Tente.
Capítulo 5: O Setor de Reabilitação
ARCADE-07 — Setor F (não mapeado)
Levou três dias, mas Kai conseguiu.
Os registros do Setor de Reabilitação eram aterrorizantes:
- Terapia de Conformidade: Sessões de 8 horas onde os "pacientes" eram expostos a estímulos visuais e auditivos para "corrigir pensamentos desviantes".
- Medicação Compulsória: Drogas experimentais para "reduzir comportamentos agressivos e aumentar cooperação".
- Isolamento Prolongado: "Pacientes" que não respondiam ao tratamento eram mantidos em isolamento por semanas.
Luna leu os relatórios com horror crescente.
— Isso é lavagem cerebral — ela disse. — Eles estão literalmente apagando a personalidade das pessoas.
— E ninguém sabe — Mira disse. — Porque ninguém fala sobre o que acontece lá.
— Então vamos fazer eles falarem — Luna decidiu. — Precisamos de evidências visuais. Kai, você consegue hackear as câmeras do Setor F?
— Talvez. Mas se eu for pego...
— Você não vai ser pego.
Kai hesitou, mas assentiu.
Três dias depois, eles tinham as imagens.
E eram piores do que Luna imaginava.
Pessoas amarradas em cadeiras, olhos forçados a ficarem abertos enquanto telas mostravam imagens repetitivas.
Injeções sendo aplicadas à força.
Gritos abafados.
E no final... rostos vazios. Olhos sem vida. Sorrisos mecânicos.
— Meu Deus — Mira sussurrou. — Eles estão transformando pessoas em zumbis obedientes.
Luna sentiu lágrimas de raiva.
— Vamos vazar isso. Agora.
— Vazar para quem? — Rafael perguntou. — A ARCA controla todas as comunicações.
— Não todas — Kai disse. — Existe uma rede clandestina. Abrigos que ainda resistem. Se eu conseguir acessar...
— Faça isso — Luna ordenou. — O mundo precisa saber o que a ARCA está fazendo.
Capítulo 6: Vazamento
ARCADE-07 — Dois dias depois
O vazamento foi um sucesso.
As imagens do Setor de Reabilitação se espalharam pela rede clandestina como fogo.
ARCADE-23 na Escandinávia. ARCADE-45 no Canadá. ARCADE-12 na Austrália.
Todos viram.
E todos ficaram furiosos.
Protestos começaram em múltiplos abrigos. A ARCA tentou abafar, mas era tarde demais.
A verdade estava lá fora.
Mas a vitória teve um preço.
Três dias após o vazamento, guardas da ARCA invadiram o Setor C.
— MAYA CHEN! — um guarda gritou. — VOCÊ ESTÁ PRESA POR CONSPIRAÇÃO CONTRA A AUTORIDADE GLOBAL!
Luna estava lá. Ela viu os guardas arrastarem sua mãe.
— MÃE! — ela gritou, tentando alcançá-la.
Maya olhou para trás, lágrimas nos olhos.
— CORRA, LUNA! CORRA E NÃO OLHE PARA TRÁS!
Os guardas levaram Maya.
Luna ficou ali, paralisada.
E então, ela entendeu.
A guerra havia começado.
E ela acabara de perder a pessoa mais importante de sua vida.
Capítulo 7: A Escolha
ARCADE-07 — Esconderijo da Resistência
Luna não correu.
Ela lutou.
Com a ajuda de Rafael, Mira e Kai, ela organizou a resistência.
Eles libertaram prisioneiros do Setor de Reabilitação. Sabotaram sistemas de vigilância. Expuseram mais abusos da ARCA.
E lentamente, o movimento cresceu.
De 10 pessoas para 100.
De 100 para 1.000.
De 1.000 para 10.000.
Metade do abrigo estava com eles.
Mas a ARCA não ia desistir facilmente.
Dra. Sílvia Ramos apareceu pessoalmente em ARCADE-07.
— Luna Chen — ela disse, durante uma transmissão pública. — Você tem uma escolha. Renda-se agora, e sua mãe será libertada. Continue essa rebelião insensata, e ela será executada.
Luna olhou para a tela. Para o rosto frio de Sílvia.
E então, para as milhares de pessoas que a apoiavam.
— Minha mãe me ensinou uma coisa — Luna disse, com voz firme. — Nunca desista. Nunca.
Então, Dra. Sílvia, aqui está minha resposta: NÃO.
A multidão rugiu.
Sílvia sorriu friamente.
— Então que assim seja.
Capítulo 8: Libertação
ARCADE-07 — Setor F
A operação de resgate foi ousada.
Luna, Rafael e uma equipe de 20 resistentes invadiram o Setor F durante a troca de turno dos guardas.
Foi rápido. Violento. Caótico.
Mas funcionou.
Eles libertaram 47 prisioneiros, incluindo Maya.
— LUNA! — Maya gritou, abraçando a filha.
— Não temos tempo — Luna disse. — Precisamos sair. Agora.
Eles correram pelos corredores, perseguidos por guardas. Tiros ecoaram. Pessoas caíram.
Mas Luna não parou. Não podia parar.
Eles chegaram ao Setor A, onde a resistência havia tomado controle.
— FECHEM AS PORTAS! — Luna gritou.
As portas blindadas se fecharam, isolando o Setor A do resto do abrigo.
Por enquanto, estavam seguros.
Mas Luna sabia: isso era apenas o começo.
A ARCA não ia perdoar. Não ia esquecer.
E não ia parar até esmagar a resistência.
Capítulo 9: A Guerra
ARCADE-07 — Três meses depois
A guerra civil em ARCADE-07 durou três meses.
De um lado, a resistência liderada por Luna.
Do outro, as forças da ARCA lideradas por Dra. Sílvia.
Foi brutal. Pessoas morreram. Recursos foram destruídos. O abrigo foi dividido.
Mas lentamente, a resistência ganhou terreno.
Porque eles tinham algo que a ARCA não tinha:
Esperança.
A esperança de que um mundo melhor era possível.
A esperança de que a liberdade valia a pena lutar.
A esperança de que a humanidade podia ser mais do que apenas sobreviventes obedientes.
E então, no terceiro mês, algo inesperado aconteceu.
Outros abrigos se rebelaram.
ARCADE-23. ARCADE-45. ARCADE-12.
Um por um, eles se levantaram contra a ARCA.
E a organização, tão poderosa, tão controladora, começou a desmoronar.
Capítulo 10: Novo Amanhecer
ARCADE-07 — Seis meses depois
A guerra acabou.
A ARCA foi dissolvida.
Os abrigos ARCADE declararam independência.
E pela primeira vez em cinco anos, a humanidade tinha esperança de verdade.
Luna estava na superfície, ao lado de sua mãe.
A temperatura havia caído para 35°C. Ainda quente, mas suportável.
E pela primeira vez, havia sinais de vida.
Pequenas plantas brotando do solo. Insetos voando. Nuvens trazendo chuva.
— É bonito — Luna disse.
— É um recomeço — Maya respondeu.
Luna olhou para o céu.
E sorriu.
Porque agora, o futuro não era mais uma prisão.
Era uma promessa.
Epílogo: O Poder Humano
ARCADE-07 — Um ano depois
Luna Chen foi eleita a primeira Representante do Conselho Livre dos Abrigos.
Sua primeira decisão?
Abolir toda forma de vigilância em massa.
Garantir liberdade de expressão e pensamento.
E reconstruir o mundo não com medo, mas com esperança.
Porque ela aprendeu algo durante a guerra:
O verdadeiro poder não está no controle.
Está na liberdade.
E a humanidade, por mais falha que seja, sempre escolhe a liberdade.
Sempre.
FIM DO LIVRO 2
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