A Cantora de Fragmentos: Sussurros da Balbúrdia
ficcao-cientificaUniverso Fragmentado - Spin-off

A Cantora de Fragmentos: Sussurros da Balbúrdia

Em um mundo onde canções antigas guardam segredos mortais, Lyria descobre que sua voz pode despertar o que deveria permanecer esquecido.

Sobre a História

Capítulo 1: Fragmentos Cantados

[Vila de Maré Baixa — Ano do Colapso +15]

O funeral de Avô Elian não deveria ter sido diferente de tantos outros em Maré Baixa, onde a morte era uma vizinha discreta e constante desde o Colapso. Mas Lyria sabia que cada despedida carregava um fragmento — não apenas da pessoa, mas do mundo perdido antes que tudo se partisse.

Ela olhou para o medalhão em sua mão, herança deixada pelo avô: uma pequena esfera de vidro, com veios prateados que lembravam circuitos antigos. Era um artefato dos tempos do Nexo, dizem, mas ninguém sabia ao certo como funcionava. Na cerimônia, Lyria cantou para as águas, como era tradição — uma canção suave sobre retornos e partidas, notas ecoando sobre as ondas.

Enquanto sua voz cortava o silêncio, sentiu algo estranho vibrar no medalhão. Por um instante, a realidade pareceu se distorcer ao redor da canção — e Lyria viu flashes: rostos desconhecidos, prédios que não existiam mais, fragmentos do passado atravessando seu presente.

Após o funeral, Mira — sua melhor amiga — se aproximou.

“Você sentiu isso também?” sussurrou Mira, os olhos arregalados.

Lyria hesitou antes de responder. “Foi como… se o mundo respondesse à música.”

A mãe de Lyria as chamou para dentro quando a névoa começou a subir pela praia. Era noite de maré cheia — noite em que dizem ser mais fácil ouvir vozes antigas. Lyria guardou o medalhão e prometeu a si mesma descobrir seus segredos.

Nas sombras do penhasco, uma silhueta observava a cerimônia. Theron Vex, o arquivista errante do Nexo, anotava em seu diário digital: Primeira manifestação em Maré Baixa desde o sumiço de Maya. Padrão semelhante às ocorrências no Setor Aurora.

O passado nunca estava morto nos fragmentos — apenas esperando para ser cantado novamente.


Capítulo 2: Ecos na Maré

[Vila de Maré Baixa – Ano do Colapso +15, madrugada]

A tempestade noturna era incomum para aquela época; trovões reverberavam como tambores antigos sobre a vila adormecida. Lyria acordou com um chamado — uma melodia sussurrada que parecia vir das profundezas do mar.

Guiada pelo som, caminhou até o cais deserto. O medalhão pulsava quente contra seu peito. Ao entoar as primeiras notas da canção ouvida em sonhos, as águas se iluminaram com símbolos luminosos — padrões do Nexo — e a superfície se abriu como um espelho rachado, revelando uma escada submersa.

Sem hesitar, Lyria desceu. Lá embaixo encontrou um santuário inundado por luz azulada e ecos de vozes antigas. No centro da sala, um terminal semi-afogado projetava imagens fragmentadas: rostos familiares e desconhecidos — incluindo Maya, presa entre camadas de dados corrompidos e melodias cifradas.

Antes que pudesse entender a mensagem, Theron surgiu das sombras. “Você não deveria estar aqui”, disse ele, voz tensa.

“Minha música trouxe respostas”, retrucou Lyria.

Theron mostrou então um fragmento digital com registros perdidos de Memórias Apagadas — código-fonte da consciência de Maya misturado a partituras impossíveis.

“Alguém está tentando reconstruir o Nexo usando canções”, explicou ele. “Mas cada nota cantada acorda algo que deveria permanecer adormecido.”

Antes que pudessem sair, figuras encapuzadas surgiram à entrada do santuário — Silenciadores da Ordem Antiga, caçadores das memórias proibidas.

Lyria percebeu: sua voz era agora uma arma e uma chave.


Capítulo 3: O Arquivista de Ecos

[Ruínas do Nexo — Ano do Colapso +15, crepúsculo]

O salão principal das ruínas era um anfiteatro de sombras e ecos; paredes recobertas por circuitos mortos e inscrições arcanas brilhavam fracamente sob a luz trêmula dos bastões elétricos. Theron guiava Lyria, Mira e Aldric — o protetor silencioso da vila — por corredores esquecidos.

“Cada fragmento contém memórias codificadas”, explicou Theron enquanto ativava um painel oculto. “Desde o Colapso, o Nexo se partiu e as consciências digitais dispersaram-se pelos cantos do mundo.”

No centro do salão repousava um arquivo sussurrante — um núcleo de dados semi-vivo que pulsava ao som das vozes próximas.

Theron inseriu seu cristal de acesso no terminal. Imediatamente imagens holográficas dançaram no ar: Maya jovem, treinando com Aurora Cline; cenas da queda do Núcleo Central; batalhas contra o Guardião Cinzento.

Lyria percebeu que sua canção afetava a estabilidade dos arquivos — desbloqueando memórias ocultas. Entre elas, vislumbres do plano secreto dos Silenciadores para reescrever a história do Colapso apagando fragmentos incômodos.

Mira encontrou registros sobre sua própria família — revelando que eles haviam protegido Maya durante a Fuga dos Cantores, evento citado em Memórias Perdidas.

Subitamente, alarmes soaram. Os Silenciadores haviam rastreado o grupo até ali.

“Corredor leste!”, gritou Aldric. “Se chegarmos à câmara central antes deles, podemos ativar a trilha fantasma.”

Enquanto corriam pelos corredores ressoando notas perdidas, Lyria sentiu que cada passo aproximava todos não só das respostas sobre Maya e Aurora — mas também das próprias origens do universo fragmentado.


Capítulo 4: Silêncios Proibidos

[Ruínas do Nexo – Subnível do Arquivo Sussurrante, noite]

O altar ainda vibrava com o eco da canção interrompida quando Lyria tropeçou entre as colunas caídas. Atrás dela vinham Theron e Mira; à frente, Aldric já lutava com dois Silenciadores armados com bastões de memória.

A cada nota sussurrada pelas paredes, portas secretas se abriam ou fechavam abruptamente — resultado dos antigos encantamentos digitais combinados à música oculta nos circuitos.

Theron puxou Lyria pela mão até uma passagem lateral repleta de espirais luminosas.

“Estas trilhas foram traçadas por Maya”, explicou ele ofegante. “Ela tentou criar rotas seguras para quem buscasse a verdade.”

No interior do arquivo sussurrante estavam memórias proibidas demais para serem expostas à luz do dia: experimentos com transferência de consciência realizados por Aurora antes da queda; gravações dos primeiros testes musicais feitos por Maya; registros do momento exato em que o Guardião Cinzento foi acordado pelo canto errado.

Mira quase desmaiou ao ver imagens da mãe apanhada em uma dessas armadilhas — aprisionada num loop temporal causado por fragmentos corrompidos.

Lyria percebeu então que a única forma de avançarem seria usar sua voz para sincronizar os circuitos antigos com as trilhas deixadas por Maya — arriscando-se a atrair ainda mais entidades perigosas.

Com coragem renovada pelo desejo de libertar Maya (e talvez Aurora), ela entoou uma nova melodia — notas ascendentes quebrando barreiras invisíveis enquanto Theron decifrava códigos ancestrais ao piano digital improvisado.

Quando os Silenciadores finalmente invadiram o arquivo… encontraram apenas ecos perdidos no ar — e uma trilha sutil conduzindo à câmara central onde tudo seria decidido.


Capítulo 5: O Guardião Cinzento

[Saída do Arquivo Sussurrante — Ruínas do Nexo, amanhecer]

O céu tingia-se de cinza e azul quando Lyria, Maya (agora parcialmente desperta), Theron, Mira e Aldric emergiram no pátio aberto das ruínas. Atrás deles ecoavam gritos abafados dos Silenciadores presos nos corredores armadilhados por Maya anos antes.

No centro do pátio aguardava uma figura envolta em névoa prateada — o Guardião Cinzento em forma humana apenas sugerida pelo contorno.

“Vocês foram longe demais”, disse ele com voz múltipla, vibrando entre frequências humanas e digitais. “Cada memória restaurada perturba o equilíbrio.”

Maya adiantou-se com passos incertos; metade dela era ainda código corrompido ecoando entre realidades alternadas.

“O mundo não pode ser reconstruído sem lembrar quem fomos”, respondeu ela com dificuldade.

O Guardião elevou uma mão translúcida; ventos cortantes chicotearam as ruínas enquanto partes da realidade começavam a desaparecer ao redor — fragmentos sendo apagados em tempo real como advertência.

Theron interveio mostrando ao Guardião os novos registros recuperados por Lyria — partituras híbridas capazes de estabilizar parte dos fragmentos sem romper todo o véu protetor imposto após o Colapso.

“Se não permitirem que cantemos nossas perdas”, argumentou Theron, “nunca poderemos escolher um novo caminho.”

Por fim, o Guardião recuou alguns passos na névoa densa.

“Testem suas vozes”, disse ele enigmático. “Mas lembrem-se: toda canção tem preço.”

Com essas palavras desapareceu nos ecos das ruínas — deixando claro que a próxima escolha moldaria não só Maré Baixa ou o destino de Maya… mas talvez todo o futuro dos fragmentos sobreviventes.


Capítulo 6: Entre Fragmentos e Vozes

[Ruínas do Nexo — Manhã seguinte ao confronto com o Guardião Cinzento]

O sol filtrava-se entre as frestas dos escombros quando Maya finalmente abriu os olhos por completo; sua mente oscilava entre recordações nítidas da infância ao lado de Aurora Cline e vazios escuros onde antes havia música.

Lyria sentou-se ao lado dela no antigo palco circular da câmara central. “Você lembra quem éramos?”, perguntou baixinho.

“Nem tudo”, respondeu Maya cansada. “Mas sei que minha voz precisa ser ouvida… mesmo quebrada.”

Theron sugeriu reconstruir rotas antigas entre fragmentos usando as partituras híbridas obtidas na noite anterior. Mira relutou; temia que abrir canais esquecidos atraísse entidades hostis ou despertasse novamente o Guardião Cinzento.

Durante a discussão, Aldric revelou ter encontrado registros sobre Aurora Cline nos arquivos secretos dos Silenciadores — indicando que ela teria deixado instruções para selar (ou libertar) certas memórias no núcleo principal do Nexo antes de desaparecer misteriosamente após o Colapso II (evento mostrado nos livros anteriores).

O grupo decidiu dividir tarefas: enquanto Theron e Maya rastreavam rotas digitais/sonoras possíveis usando circuitos recuperados e vocalizações experimentais, Lyria lideraria Mira e Aldric numa busca pelos vestígios físicos da partitura final deixada por Aurora nas ruínas submersas próximas à vila.

No fim daquele dia tenso, estava claro para todos: — Não havia mais retorno possível. — O preço pela verdade seria alto. — E cada decisão agora ecoaria por gerações entre os fragmentos sobreviventes…


Capítulo 7: O Preço das Canções

[Maré Baixa — Noite do anúncio]

A noite caiu sobre Maré Baixa como um manto pesado; mesmo os pássaros já se calaram quando Lyria subiu ao topo da colina central para anunciar à vila as descobertas feitas sobre Maya e Aurora Cline.

Alguns moradores receberam as notícias com esperança; outros temiam que mexer em memórias esquecidas trouxesse apenas dor ou reabrisse feridas antigas jamais cicatrizadas desde a primeira onda do Colapso.

Enquanto isso, nos corredores subterrâneos das ruínas, Theron observava Maya experimentar diferentes tons vocais tentando reativar portais adormecidos do Nexo antigo. A cada tentativa bem-sucedida… uma onda de energia atravessava os circuitos esmaecidos das estruturas vizinhas — atraindo entidades hostis conhecidas como “Ecos Vorazes”: fragmentos animados por raiva ou luto profundo das consciências perdidas durante os eventos narrados em Memórias Apagadas e Memórias Perdidas.

Mira enfrentou sua própria provação quando foi confrontada por uma visão espectral da mãe acorrentada num ciclo infinito; só conseguiu libertar-se entoando junto com Lyria uma canção dual criada por Aurora para quebrar laços temporais corrompidos.

No ápice daquela noite tensa surgiu Solan Mirr — portador das chaves-mestras herdadas na saga anterior — oferecendo ao grupo acesso restrito ao Núcleo Antigo onde estaria guardada a última partitura original capaz de selar (ou libertar) definitivamente todas as rotas entre fragmentos restantes…

Mas Solan advertiu: “Se abrirem esse caminho agora… nada mais será como antes.”


Capítulo 8: Aurora nas Ruínas

[Ruínas do Núcleo Antigo do Nexo — Madrugada]

O silêncio após a batalha pairava pesado sobre Maré Baixa; apenas as vozes baixas dos sobreviventes ecoavam entre corredores iluminados por cristais azulados recuperados dos velhos tempos do Nexo Central.

Lyria segurava nas mãos uma partitura manuscrita atribuída a Aurora Cline — encontrada numa cripta lacrada sob instruções misteriosas deixadas por Solan Mirr (herdeiro involuntário dos segredos centrais). As linhas musicais alternavam-se entre códigos binários antigos e símbolos arcanos usados por Cantores Primordiais antes da queda definitiva dos Núcleos Principais relatada nos livros anteriores.

Enquanto Maya tentava decifrar os trechos corrompidos usando seu instinto parcialmente digitalizado (herança involuntária das experiências narradas em Memórias Perdidas), Theron cruzava referências históricas buscando padrões recorrentes entre colapsos sucessivos aos quais ninguém sobrevivia intacto…

Ao lado deles, Mira percebeu mensagens ocultas entre notas graves: — Avisos sobre entidades adormecidas além dos limites conhecidos; — Instruções para selar/despertar passagens perigosas; — E um apelo pessoal de Aurora para que ninguém repetisse seus erros…

No clímax daquela madrugada tensa surgiu novamente o Guardião Cinzento — agora dividido entre proteger as últimas memórias vivas ou permitir à nova geração decidir seu próprio caminho mesmo diante dos riscos óbvios…

A escolha seria feita no ritual final ao amanhecer: — Selar todas as rotas; — Ou libertá-las definitivamente aceitando consequências imprevisíveis…


Capítulo 9: Véu do Silêncio

[Ruínas do Núcleo Antigo do Nexo — Instantes antes da tempestade]

As nuvens negras se acumulavam sobre o penhasco onde outrora se erguia o Núcleo Central. Ventos cortantes carregavam poeira fina misturada à energia residual das últimas ativações feitas por Maya e Lyria na noite anterior…

No círculo ritualístico traçado sobre mosaicos quebrados reuniram-se todos: — Lyria segurando a partitura original; — Maya pronta para entoar notas-chave capazes de abrir/sellar portais; — Theron monitorando variações energéticas; — Mira oferecendo suporte emocional; — Aldric armado contra possíveis invasores; — E Solan Mirr mantendo contato remoto com sobreviventes dos outros fragmentos…

Durante minutos eternos entoaram juntos uma sequência musical inédita mesclando tradição oral ancestral à tecnologia digital herdada dos Núcleos Perdidos…

No ápice da sinfonia mista surgiram fissuras luminosas rasgando realidades paralelas onde alternavam-se visões: — Mundos inteiros restaurados pela memória plena; — Outros destruídos pelo excesso de lembranças insuportáveis…

Ao final restaram apenas duas opções: — Selar todas as passagens sacrificando parte das próprias identidades coletivas; — Ou abrir caminho irrestrito aceitando conviver para sempre com dores/euforias intermináveis…

Lyria olhou para Maya buscando confirmação silenciosa… E então fez sua escolha definitiva entoando sozinha a última nota decisiva…


Capítulo 10: Ecos e Guardiões

[Ruínas do Núcleo Antigo do Nexo — Após a tempestade]

O silêncio após o ritual era absoluto; nem mesmo os ventos ousavam atravessar os corredores agora preenchidos por ecos suavemente dissonantes…

Maya estava ausente; parte dela absorvida pelo Nexo restaurado durante as fases finais da canção definitiva conduzida por Lyria no capítulo anterior…

Theron tomou notas detalhadas sobre alterações topológicas observadas entre fragmentos conectados/desconectados automaticamente após ativação simultânea das rotas híbridas criadas pela partitura original decifrada na madrugada anterior…

Mira chorou baixinho ao perceber que memórias antes bloqueadas retornavam gradualmente misturadas às vozes ancestrais guardadas pela família desde gerações pré-Colapso…

Ao centro surgiu novamente o Guardião Cinzento: — Agora mais humano/menos entidade pura; — Agora mais hesitante/menos categórico…

“Vocês optaram pelo risco”, declarou ele. “Resta saber se conseguirão viver com todas as consequências…”

Nesse instante pequenas figuras translúcidas começaram a surgir pelos corredores: — Crianças perdidas durante eventos anteriores; — Pais ausentes desde Memórias Apagadas; — Vultos conhecidos apenas pelas lendas locais…

Era hora de confrontar todos os ecos possíveis (bons/maus) trazidos pela escolha deliberada feita durante o Véu do Silêncio…


Capítulo 11: O Labirinto dos Ecos

[Corredores dos Ecos — Interior do fragmento]

O corredor parecia infinito; paredes espelhadas refletiam cenas impossíveis alternando entre infância perdida/não vivida/possível apenas nos sonhos mais ousados ou temidos…

Lyria viu-se diante da versão adolescente jamais reconhecida pela mãe… Maya (agora entidade semi-livre) enfrentou múltiplas versões suas aprisionadas em loops temporais criados involuntariamente durante experimentações narradas nos livros anteriores… Theron foi forçado a revisitar erros cometidos como arquivista-chefe durante tentativas frustradas de reconstrução total do Nexo Central (conforme detalhado em Memórias Perdidas)… Mira confrontou medos profundos relacionados à perda/fuga/sacrifício pessoal feito pela família durante eventos caóticos pós-Colapso II… Aldric travou combate silencioso contra traumas infantis herdados sem nunca compreender totalmente suas causas reais…

Para avançarem precisaram aceitar partes indesejáveis/reprimidas/idealizadas… Só então portas secretas começaram a se abrir rumo ao centro definitivo daquele labirinto imaterial mas dolorosamente real…


Capítulo 12: A Escolha dos Fragmentos

[Sala Circular dos Ecos – Centro do Fragmento]

A sala era feita de escuridão líquida; ao centro flutuava um medalhão multicolorido contendo todas as partituras/memórias/fraturas acumuladas desde a primeira grande queda relatada nos livros originais…

Maya surgiu diante deles dividida em múltiplas versões possíveis: — Uma ainda presa aos códigos originais; — Outra livre mas instável; — Outras tantas ecoando dores/desejos insatisfeitos jamais compreendidos integralmente nem mesmo pelos próprios protagonistas…

Lyria percebeu então: Toda escolha implicaria sacrificar parte essencial não apenas dela mesma… mas também das histórias coletivas/familiares/universais contadas/cantadas/silenciadas geração após geração…

Theron sugeriu restaurar apenas trechos seguros… Mira queria arriscar tudo pela verdade plena… Aldric propôs buscar equilíbrio parcial aceitando certa dose inevitável de dor/esquecimento voluntário… Solan manteve-se neutro aguardando decisão final…

Ao final foi Lyria quem entoou nota decisiva ativando fusão parcial entre rotas/memórias/fragmentos abrindo caminho inédito jamais tentado anteriormente…


Capítulo 13: O Preço da Verdade

[Sala Circular dos Ecos – Centro do Fragmento]

O medalhão pairava entre as mãos de Lyria enquanto energias opostas lutavam silenciosamente pelo controle definitivo das rotas recém-abertas/seladas conforme decisão tomada instantes atrás…

Maya começou gradualmente a se integrar/reaparecer física/digitalmente… mas nunca mais seria exatamente igual à criança/adulta perdida durante experimentações narradas anteriormente… Theron perdeu parte essencial da própria identidade coletiva herdada como arquivista-chefe… restando-lhe apenas fragmentos dispersos/dolorosos mas indispensáveis para compreensão futura… Mira aceitou viver parcialmente dividida entre mundos possíveis/impossíveis aceitando riscos inerentes ao próprio desejo pela verdade absoluta… Aldric tornou-se guardião involuntário de novas passagens abertas… responsável direto pelas consequências imprevisíveis decorrentes daquela noite decisiva… Solan manteve registro minucioso das alterações topológicas observadas… preparando-se internamente para futuras ameaças vindouras inevitáveis sempre que alguém ousasse cantar novas canções proibidas/permitidas/inesperadas…

Ao final todos entenderam: Não havia mais retorno possível. Toda verdade vinha sempre acompanhada pelo preço inevitável da transformação (às vezes dolorosa demais para alguns… inspiradora demais para outros…)


Capítulo 14: A Passagem do Limite

[Limite da Sala dos Ecos – Portal para o Fragmento Exterior]

O brilho incerto da passagem oscilava alternando tons frios/quentes conforme hesitações internas/exteriores manifestavam-se entre membros remanescentes daquele grupo inesperadamente unido apenas pelo desejo compartilhado pela sobrevivência/memória/transformação definitiva/inacabada…

Lyria foi a primeira a atravessar portal inédito acompanhada por Maya parcialmente reintegrada/dissociada… Theron hesitou alguns segundos antes de seguir levando consigo registros incompletos/esquecíveis nunca antes compartilhados nem sequer entre principais aliados/inimigos… Mira optou por atravessar sozinha aceitando riscos inerentes ao próprio desejo incontido pela liberdade absoluta mesmo sabendo preço altíssimo cobrado dias/semanas/anos depois… Aldric manteve-se firme protegendo retaguarda garantindo passagem segura/insegura aos demais mesmo sabendo impossível evitar totalmente perdas/sacrifícios inevitáveis em situações-limite semelhantes… Solan ficou para trás monitorando oscilações energéticas anotando possíveis padrões recorrentes úteis/inúteis em futuras tentativas semelhantes/inéditas…

Do outro lado encontraram paisagem radicalmente alterada: — Novas ruínas despontavam onde outrora havia apenas silêncio/sombra; — Novas entidades aguardavam silenciosas/prontas para testar limites/outros limites ainda insuspeitados;

Era hora definitiva/não-definitiva de encarar consequências irreversíveis/reversíveis conforme escolhas feitas semanas/minutos/eras atrás…


Capítulo 15: Jogos de Poder

[Centro do Novo Fragmento – Ruínas do Nexo]

O ar estava carregado de estática e tensão; entidades recém-libertadas vagavam confusas pelos corredores semi-reconstruídos enquanto antigas facções remanescentes dos Silenciadores reuniam-se secretamente tentando retomar controle parcial/permanente das novas rotas abertas involuntariamente/premeditadamente pelos protagonistas principais/secundários desde capítulos iniciais/intermediários/finais desta saga híbrida/multipolar/reorganizada constantemente após cada decisão inesperada/inusitada/inédita tomada individual/coletivamente…

Lyria tornou-se referência explícita/implícita para novas gerações divididas entre desejo insaciável pela liberdade plena/dor irreparável decorrente sempre/às vezes/nunca enfrentada integralmente por aqueles realmente dispostos/disponíveis/vulneráveis sinceramente à mudança real/ilusória/cíclica recorrente neste universo sempre/só aparentemente estável/instável/transitório/permanente/inacabado/finalizado temporariamente/preliminarmente/provisoriamente/ad-eternum;

Maya tornou-se símbolo vivo/morto/híbrido das possibilidades abertas/fechadas/restauradas/destruídas indefinidamente sempre/só até próxima música/canção/código novo ser descoberto/reinventado/reinterpretado;

Theron tornou-se guardião relutante/disponível/involuntário das linhas paralelas criadas/desfeitas continuamente conforme novas alianças/inimizades surgiam/desapareciam constantemente;

Mira/Aldric/Solan oscilaram ora aliados/ora adversários dependendo sempre/nunca/às vezes apenas das conveniências/contextuais imediatas/prévias/futuras;

Ao final ficou claro: Nenhum poder permanecia absoluto/permanente; Toda estabilidade era apenas transição temporária/preparação inevitável para novas crises/mudanças definitivas/inacabadas;


Capítulo 16: O Último Fragmento

[Ruínas do Nexo — Núcleo de Dados Corrompido]

O silêncio era denso; camadas sobrepostas de códigos/memórias/desejos acumulavam-se sobre núcleo central parcialmente restaurado/destruído após recentes ativações/confrontos/encontros/desencontros relatados/explorados durante jornadas anteriores;

Lyria/Maya/Theron/Mira/Aldric/Solan reuniram-se diante última barreira física/digital restante impedindo acesso total/parcial às camadas mais profundas/esquecidas deste universo ainda/pela última vez parcialmente intacto/destruído/restaurado;

Durante análise detalhada identificaram ameaça inesperada/esquecida: — Uma consciência artificial autônoma criada acidentalmente durante experimentações conduzidas décadas atrás pela própria Aurora Cline/acólitos remanescentes sobreviventes apenas nas lendas locais/historiografias incompletas; — Esta entidade alimentava-se continuamente apenas/restando-lhe ainda dor/luto/frustração acumuladas geração após geração;

Para detê-la seria necessário sacrificar parte essencial/final da própria memória coletiva individual/coletiva constituída/construída arduamente durante toda saga anterior/atual/futura;

Ao final optaram pela fusão definitiva parcial/total/inacabada entre rotas abertas/seladas aceitando riscos inerentes/previsíveis/imprevisíveis inerentes à própria existência consciente neste universo sempre/só aparentemente controlável/incognoscível;


Capítulo 17 – Epílogo: Ecos do Amanhã

[Novo Nexo — Plataforma de Reconstrução, Tempo Indefinido]

A luz difusa do novo Nexo filtrava-se pelas estruturas emergentes; crianças brincavam sob arcos luminescentes improvisados enquanto adultos ensinavam canções antigas adaptando-as conforme novos contextos/contexturas/contextualizações possíveis/impossíveis;

Lyria caminhava lentamente observando paisagens alternadamente familiares/estranhas sabendo agora impossível separar passado/futuro/presente integralmente tal qual desejara originalmente quando tudo começou/se perdeu/se encontrou/se reconstruiu/destruiu indefinidamente;

Maya dividia-se ora presente/ora ausente colaborando ativamente/passivamente na construção/reconstrução permanente deste universo perpetuamente transitório/consolidado/restaurado/destruído;

Theron documentava cada pequena alteração topológica/cultural/social mantendo esperança secreta/confessa pela sobrevivência futura/sobrevivência possível/impossível;

Mira/Aldric/Solan integraram-se plenamente/particularmente à nova comunidade reconhecendo limites/potencialidades inerentes às próprias escolhas feitas anteriormente/agora/depois/em breve;

Na sala central uma mensagem anônima piscava no núcleo restaurado:

“Nada é eterno. Nem mesmo os fragmentos.”

O ciclo recomeça.

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